Marcelo Ribeiro

Marcelo Gonçalves Ribeiro é formado em Programação Visual - UFRJ, mestre e doutor em Design pela PUC-Rio. Em 2001, participou do UNESCO-BIB Workshop - Bienal de Bratislava-Eslováquia. Recebeu o Prêmio Petrobras para a realização do curta 'Avenida Rio Branco: quadro a quadro'. Em 2004, recebeu o Prêmio de Melhor Ilustração - FNLIJ pelo livro Robinson Crusoe. Foi professor de animação no NAVE-RJ e, atualmente, é Professor Adjunto na UFRJ. http://marceloribeiro.multiply.com/

segunda-feira, junho 26, 2006

Teoria da cor

O conteúdo deste blog (textos e imagens) é de autoria de Marcelo G. Ribeiro e poderá ser reproduzido mediante autorização do autor, a partir do pedido pelo seguine e-mail: ribeiro_marcelo@hotmail.com ou marcelogoncalvesribeiro@yahoo.com.br . A fonte original deverá ser citada, assim como deverá ser mantido o crédito de autoria.

1- Proposta
A proposta deste trabalho é apresentar, de modo resumido, alguns aspectos do estudo da cor a partir dos círculos cromáticos (luz, pigmento opaco e pigmento transparente). Observaremos alguns termos e estudos sobre cores a seguir.
Segundo Israel Pedrosa, a cor não é material, mas uma sensação estabelecida a partir da ação da luz sobre nossa visão. Estas sensações cromáticas provocadas pela luz são divididas em duas categorias: cores-luz e cores-pigmento. As cores-pigmento são subdivididas em dois grupos: cores-pigmento opacas e cores-pigmento transparentes.

Círculo cromático das 12 cores: cores-luz


Círculo cromático das 12 cores: cores-pigmento opacas



Círculo cromático das 12 cores: cores-pigmento transparente



2- Aplicação
Os estudos da cor luz podem ser aplicados nos trabalhos cuja veiculação será por meio de monitores de TV, computador etc. Os estudos da cor-pigmento opaca são importantes para pintores e artistas que trabalham com tintas que possuem pigmentos em "grãos" maiores como tinta óleo, guache etc. Os estudos da cor-pigmento transparente servem para os trabalhos que utilizam tintas com pigmentos bastante finos ou diluídos como o caso das tintas usadas nas impressões gráficas em off-set, aquarelas etc.


3- O que é um círculo cromático?
Cada categoria de cor possui sua própria classificação para cores primárias, secundárias e terciárias. Estas classificações podem ser encontradas nos círculos cromáticos. Mas, o que é um círculo cromático? Podemos dizer que ele é um esquema baseado em conceitos estabelecidos a partir da teoria das cores. O círculo/disco cromático é uma ferramenta para nos orientar na mistura e escolha de cores. Este círculo deve ser compreendido e utilizado como uma ferramenta auxiliar do trabalho artístico e, assim, possibilitar que se obtenha efeitos planejados na criação artística. Contudo, como toda ferramenta, o uso das cores por meio do círculo/disco sempre dependerá da intenção do trabalho. Em outras palavras, não se pretende aqui determinar o modo "correto" de utilização este círculo, mas destacar que o seu conhecimento é importante para ser utilizado de forma criativa.



4- Cores primárias, secundárias e terciárias
Cores primárias podem ser visualizadas no centro do círculo cromático. Elas correspondem a três cores básicas que não podem ser decompostas. As misturas realizadas entre elas formam as cores secundárias.
Cores secundárias: são formadas a partir da mistura de duas cores primárias. No caso de uma tinta guache (cor pigmento opaca), por exemplo, se misturarmos azul com amarelo obteremos o verde, o amarelo com vermelho obteremos o laranja e assim por diante.
Cores terciárias: estas cores surgem da mistura de uma cor primária com uma cor secundária. Podemos citar, como exemplo da cor-pigmento opaca, o amarelo (cor primária) misturado com o laranja (cor secundária) resultando no o amarelo alaranjado. Estes nomes são apenas referências e podem variar conforme o fabricante de tintas ou os autores consultados. O importante é observar essas cores a partir do círculo cromático.




5- Matiz, saturação e intensidade
A percepção de cor pode ser estabelecida a partir da matiz / hue (comprimento da onda), da saturação (croma ou pureza da cor) e da intensidade (valor - luminosidade ou brilho). Hue ou matiz estabelece a cor propriamente dita, com a qual se define a particularidade ou a identidade de cada cor. A saturação estabelece a pureza da cor, ou seja, o quanto a cor está próxima ou afastada de um tom cinza de mesma intensidade. A intensidade da cor pode ser também chamada de valor (value) ou luminosidade (lightness) e é estabelecida pela intensidade de luz refletida por meio de um objeto (este não emite luz própria). No caso da cor-luz, por exemplo, quanto maior a intensidade, maior será sua proximidade à cor branca. Do mesmo modo, quanto menor a intensidade, maior será a proximidade com o preto, ou seja, a ausência de luz.


5- Tint, shade e tone
Pode-se chegar a uma determinada cor a partir de pigmentos puros (pigmentos de saturação alta), na medida em que se adiciona pigmentos branco e/ou preto. Um tint ou cor chapada (flat) é o resultado da mistura de um pigmento puro com o pigmento branco, o que resulta na baixa saturação. Um shade é a adição de um pigmento puro a um pigmento preto, diminuindo a intensidade. Um tone significa a soma conjunta de um pigmento puro a um pigmento preto e branco.
Estes processos produzem diversas cores em uma mesma matiz (hue), mas com variações de graus de saturação e de intensidade.

6- Mistura das cores
As cores-luz são consideradas aditivas, pois a combinação das cores resulta no branco, enquanto que as cores-pigmento opacas e cores-pigmento transparentes resultam no preto.




7- Cores quentes e cores frias
As cores sugerem uma temperatura, na medida em que há relação de uma cor com as outras cores do disco cromático ou da composição de uma pintura.
Israel Pedrosa, observa que no círculo cor-pigmento opaca com 12 cores existe 7 cores quentes e 5 cores frias. No entanto, nos outros dois discos, no círculo cor-luz e no círculo cor-pigmento transparente com 12 cores cada, existem 7 cores frias e 5 cores quentes.


8- Contraste Complementar
Este é um contraste da cor formado entre a cor primária e sua correspondente complementar. Representa o contraste máximo. Uma cor primária terá uma cor secundária como complementar se está é posicionada em oposição à primeira no círculo cromático. A utilização do contraste complementar é útil na pintura de sombras, do mesmo modo na utilização dessas cores para a relação frente e fundo.



O conteúdo deste blog (textos e imagens) é de autoria de Marcelo G. Ribeiro e poderá ser reproduzido mediante autorização do autor, a partir do pedido pelo seguine e-mail: ribeiro_marcelo@hotmail.com ou marcelogoncalvesribeiro@yahoo.com.br . A fonte original deverá ser citada, assim como deverá ser mantido o crédito de autoria.

Bibliografia básica:

Sobre teoria da cor: PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial Ltda e Ed. Universidade de Brasília, 5a ed., 1989. 224p.

O círculo cromático pode ser consultado no site: http://wellstyled.com/tools/colorscheme2/index-en.html

Outros trabalhos, visite o site: http://marceloribeiro.multiply.com/